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Exposição “Tesouros do Louvre”

 

"Morfeu" - Houdon

"Morfeu" - Houdon

 

A exposição Tesouros do Louvre está em cartaz desde o dia 29 de abril e permanecerá até 19 de julho no Museu Histórico Nacional. A exposição só foi possível devido a colaboração integral do Museu do Louvre na comemoração do Ano da França no Brasil. Ao todo são 19 peças de grande porte que proporcionam ao público brasileiro conhecer um pouco da vida e da obra de Jean Antoine Houdon (1741-1828).

O Consulado Geral da França no Rio de Janeiro, o curador da exposição Guilhem Scherf, a empresa patrocinadora EMC e a Peugeot do Brasil foram os principais viabilizadores da vinda da exposição para o Rio de Janeiro.

As esculturas de Houdon apresentam um grande realismo anatômico, os personagens são representados de maneira sóbria, sem o realismo extremo. Houdon conseguiu alcançar uma habilidade extrema na representação do olhar.

O artista nasceu em Versalhe a 20 de março de 1741 e começou sua primeira escolarização na escola da “Académie royale au Louvre” (Academia Real do Louvre). Em 1761, Houdon ganhou o primeiro prêmio por uma escultura. O artista foi considerado, na sua época, o mais importante escultor de sua geração, e ainda hoje tem o trabalho reconhecido mundialmente.

Houdon retratou personagens do século XVIII que marcaram a história do ocidente, entre os quais os franceses Mirabeau, Condorcet, Rousseau, Voltaire e Diderot e os americanos Benjamin Franklin, com quem o artista viajou da França para os Estados Unidos, e George Washington. Uma instalação em tamanho real, produzida a partir da imagem do quadro “L´Atelier de Houdon”, de Louis-Leopold Boilly, reconstitui o ambiente no qual o artista elaborava suas obras, enquanto painel multimídia apresenta ao visitante a França e o Brasil à época de Houdon.

Crédito: Site rioscope 

Conheça a visita online. Mas não deixe de comparecer pessoalmente a esta exposição!

Museu Histórico Nacional
Praça Marechal Âncora – Próximo à Praça XV
20021-200 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (0xx21) 25509220 / 25509224
Horário:
De terça a sexta-feira,das 10h às 17:30 h
Sábados, domingos e feriados,das 14:00h às 18:00 h
Fechado às segundas-feiras.
Ingresso:
R$ 6,00 (seis reais)

Júlia Bertolini

Exposição “Meias Verdades”

 

"Projetos de artistas" - Pierrick Sorin

"Projetos de artistas" - Pierrick Sorin

 

A exposição Meias Verdades foi mais uma iniciativa do governo francês e do governo brasileiro que demonstra o compromisso dos dois países com o Ano da França no Brasil.

 A exposição aconteceu no espaço Oi Futuro de 28 de abril a 28 de junho e mostrou as criações mais recentes de três grandes artistas contemporâneos franceses: Sophie Calle, Valérie Belin e Pierrick Sorin.

 De maneira geral, Meias Verdades exibiu uma França inquieta com sua própria história, que busca outras culturas para se aprofundar e enriquecer. O objetivo da exposição está de acordo com a iniciativa do Ano da França do Brasil, fornecendo o intercâmbio entre a cultura européia e a brasileira, desde o clássico até os pós-modernos.

 Calle, Belin e Sorrin são artistas consagrados não apenas na Europa, mas ao redor do mundo. As três partes da exposição, uma de cada artista, abordam o limite entre o que é real e o que é ficção, lidando com a normalização da mentira e com o processo de verossimilhança que perpassa a verdade.

 Valerie Belin

 

Foto de Valerie Belin - Exposição "Meias Verdades"

Foto de Valerie Belin - Exposição "Meias Verdades"

 

 A autora mostra uma séria de fotografias em grandes dimensões que desvitalizam o objeto fotografado. A maioria das fotos é de modelos, são rostos que transmitem uma beleza, mas não uma beleza humana. A expressão está ausente em todas as fotos e o olhar lateral de todas as modelos impede o contato direto com o olhar do público. As modelos chegam a parecer bonecas arrepiantes, bonecas muito bem feitas. Os retratos de Belin remetem bastante a personagens do mundo virtual, como Second Life. O público pode ter a impressão de que aquelas pessoas das fotos perderam seu lado humano, sentimento que é fortalecido quando se alcança as fotos que mostram pedaços de máquinas.

 Para a curadora da exposição Ligia Canongia, “Ao inverso da operação dos manequins – seres vivos tornados apáticos -, as máquinas se apresentam como organismos dinâmicos, recontextualizados em um mundo de luz”, compara Canongia. A crítica da artista ao mundo em que vivemos é clara. Os homens transformados cada vez mais em máquinas, padronizados e programados e as máquinas cada vez mais humanizadas, relevantes até mesmo para o desenvolvimento de nossos sentimentos.

 Pierrick Sorin

 

"Retrato de cidade" Pierrick Sorin

"Retrato de cidade" Pierrick Sorin

 

 O artista mistura verdade e imaginação fazendo uma sátira da vida contemporânea. De forma humorística faz um comentário satírico sobre a condição humana e a condição do artista no mundo atual. Esta parte da exposição Meias Verdades contava com duas instalações videográficas em que Sorin é o único ator.

  “Retrato de cidade” é um quadro animado de formato panorâmico que mostra vários barquinhos navegando sobre um rio parado, uma mistura de animação com realidade incrível! O artista representa 60 personagens diferentes que viajam nos barcos. Cada barco é como se fosse uma cena, e cada cena tem um significado. As vezes retrata um fato importante da história francesa, outras faz uma crítica direta ao sistema capitalista.

 A segunda instalação videogrráfica, “Projetos de artistas” foi feita em forma de vídeo reportagem. O filme finge ser um programa jornalístico que fala sobre arte contemporânea. Ao mesmo tempo em que Pierrick Sorin critica a mídia ele critica também o fazer artístico e consequentemente o processo de divulgação da arte através da mídia. Na falsa reportagem Sorin representa sete artistas apaixonados por novas tecnologias e intervenções em espaços públicos.

 Pierrick Sorin faz uma dura crítica ao monopólio do discurso jornalístico, da arte e da política.

Sophie Calle 

 O trabalho da artista apresenta um registro de memórias do vivido através da construção de narrativas em diversos meios: literatura, fotografia, vídeo e instalação. Calle pretende quebrar qualquer ordem estabelecida. Para a exposição do Oi Futuro a curadora Ligia Canongia escolheu o filme longa metragem de 1992 “Double mind”. A artista foi uam das grandes participantes da Bienal de Veneza de 2007.

 O longa metragem que estava a mostra foi uma parceria da artista com Gregory Shephard e pode ser caracterizado como uma espécie de diário íntimo dos dois durante uma viagem de carro de Nova York à Califórnia. A dupla se revezou com a câmera e registrou suas emoções e sentimentos verdadeiros, mas o que garante mesmo o ar de diário é a narração de Sophie Calle como uma narradora onisciente. As análises da narradora levam o espectador a pensar sobre os limites do vivido e do não vivido.

 A artista pode ser admirada pelo resultado do seu trabalho, mas também pela sua capacidade de se colocar como personagem, autora e narradora em uma obra.

Júlia Bertolini

Por Lorena Dillon

Para quem leu o post sobre “Conexões francesas”  que esteve no SESC Tijuca, no Rio de Janeiro,  segue a linha do tempo com os principais destaques.

1504 EXPEDIÇÃOBinot Paulmier de Gonneville, navegador francês, a bordo da caravela L ´ Espoir, chega à baía de São Francisco do Sul, no atual estado de Santa Catarina, onde é rzada uma missa em 6 de Janeiro.

1555 A FRANÇA ANTÁRTICA –  A fundação do Forte Coligny, na baía de Guanabara, consolida a permanência francesa no Brasil. Por 10 anos a colôna serviu à exploração mercantil e abrigou protestantes perseguidos na França, até a expulsão dos franceses, em 1565.

1789 INCONFIDÊNCIA MINEIRA Movimento inspirado em idéias iluministas de origem francesa, na região das Minas Gerais, que tinha por objetivo a independência de Portugal.

1816 MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA Importante para a formação cultural das nossas artes plásticas foi a chegada de artistas franceses em 1816, a convite de Dom João VI. Fundou-se então em 12 de Agosto daquele ano a primeira Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios do Brasil. O grande destaque dessa presença francesa foi Jean Baptiste Debret (1768-1848) que desenhou a primeira bandeira do Brasil ( verde e amarela com um losango no meio).

1829TEATRO  –  Companhia lisboeta apresenta ao público carioca no Teatro São Pedro de Alcântara, pela primeira vez, peças de Victor Hugo, Bouchardy, Alexandre Dumas, Voltaire e outros atores franceses.

1838 – MARTINS PENA (1815 – 1848)Dramaturgo, diplomata e introdutor da comédia de costumes no Brasil, é considerado o Moliere brasileiro, depois de representar peças influenciadas pelo autor francês, como O juiz de paz na roça.

1859 TEATRO ALCAZAR LÍRICOA vida noturna na cidade do Rio de Janeiro nunca mais seria a mesma desde a virada dos 1860, quando, à rua da Vala ( atual Uruguaiana) foi aberta uma nova casa de espetáculos: Alcazar Lírico. Os espetáculos apresentados nesse teatro trouxeram para a capital brasileira o vaudeville, a sensualidade das mulheres francesas, as danças provocantes, peãs populares e a “imortalidade” noturna. O jovem Machado de Assis foi um grande freqüentador de Alcazar.

1889PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICAA república proclamada no Rio de Janeiro no dia 15 de novembro de 1889, deu-se sob a égide da celebração do centenário da Revolução Francesa de 1789. Os ideais republicanos estavam fortemente embasados pelo pensamento do filósofo francês Auguste Comte, fornecendo inclusive o lema da bandeira nacional: “ Ordem e Progresso”.

1893 CARNAVALO Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto das festas da sociedade vitoriana do século XIX. Paris foi o principal exportador da festa carnavalesca para o mundo.

1897ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRASFundada por Machado de Assis em 20 de Julho de 1897, a ABL tinha os regulamentos inspirados diretamente na Academia Francesa de Letras.

1906 AVIAÇÃO –  Santos Dumont ganha a taça E. Archdeacon, no dia 23 de Outubro de 1906, no Campo de Bagatelle, em Paris. O 14 Bis decola, percorre 75m, numa altura de cerca de 3m, descreve um círculo e aterrissa. Mais de mil pessoas, perplexas, maravilhadas, contemplam o feito. 

1931 CRISTO REDENTORProjeto do escultor franco-polonês Paul Landowski, é inaugurada a gigantesca estátua localizada na cidade do Rio de Janeiro, a 709 metros acima do nível do mar, no morro do Corcovado.

1942 – ARQUITETURA MODERNA Lúcio Costa assume o projeto arquitetônico do Ministério da Educação e Cultura do Rio de Janeiro enquanto Oscar Niemeyer projeta a Igreja da Pampulha em Belo Horizonte. Os dois projetos apresentam influência do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.

 1957MÚSICAA cantora francesa Edith Piaf e a brasleira Maysa, uma de suas maiores intérpretes no Brasil, se encontram no Rio de Janeiro.

 1959 ORFEU NEGRO A França reconhece o valor de obras brasileiras. O filme ítalo-franco-brasileiro Orpheé Noir ( Orfeu Negro), de 1959, dirigido por Marcel Camus é um roteiro adaptado da peça teatral Orfeu da Conceição, do poeta Vinicius de Moraes.

 1960EXISTENCIALISMOA intelectualidade brasileira, principalmente da área de filosofia e literatura, mostra forte inclinação pelas idéias existencialistas de Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Seus conceitos são desenvolvidos, pela primeira vez, nos departamentos de filosofia nas universidades do país.

 2006HENRI SALVADOR No seu álbum “Reverencé” de 2006, várias faixas são gravadas em duetos com cantores brasileiros como Caetano Veloso e Gilberto Gil. No mesmo ano, no Brasil, recebeu a Ordem Brasileira do Mérito da Cultura pelo ministro Gilberto Gil, na presença do presidente Luz Inácio Lula da Sla, pela sua influência na cultura brasileira.

conexões francesas 011

Quem diria que a maior festa celebrada no país tem origem na França? E de que a quadrilha dançada na festa junina era uma dança de casamento popularizada na corte francesa? Estas e outras histórias sobre o dedo francês em nossa música, teatro e festas foram exibidas no SESC Tijuca, no Rio de Janeiro, entre 26 de Maio a 28 de Junho. O público pôde conferir uma linha do tempo desde 1500 até os dias hoje contando um pouco do que herdamos da França. O evento fez parte da comemoração do ano da França no Brasil e teve como base o acervo fotográfico e de áudios do Jornal do Commercio e da Rádio Tupi, do grupo Diários Associados, do lendário Assis Chateaubriand. Para quem perdeu a oportunidade de saber um pouco mais não fique triste, abaixo destacamos o que temos da conexão franco – brasileira em nossa cultura. 

 Carnaval: A festa foi trazida pelos franceses. No século XI já exisitiam as festividades antes da quarta feira de cinzas, data do início da quaresma na religião católica.  Os franceses foram quem deram elegância e brilho ao carnaval, o luxo aos bailes de máscaras que saíram dos salões da nobreza para as ruas de Paris, atravessou os mares e chegou às Américas. A festa nos Estados Unidos é conhecida como Mardi Grãs, celebrada em Nova Orleans. Para quem não sabe, o nome significa “terça-feira gorda” em francês.

O baile de máscaras foi adotado pela elite carioca da metade do século XIX. Na festa também eram feitas brincadeiras conhecidas como Entrudo, um costume popular trazido pelos portugueses no século XVII. Os primeiros bailes carnavalescos brasileiros tiveram lugar no Rio na final da década de 1830. Foram necessários mais de 60 anos, já com a liberdade conquistada na proclamação da República ( em 15/11/1889), para que os primeiros blocos carnavalescos, os cordões e os famosos “corsos” se tornassem populares.

            As primeiras notícias sobre o uso da serpentina surgem em 1893, um ano depois do confete. A ideia da serpentina surge com a brincadeira das telegrafistas francesas, que lançavam, umas sobre as outras, as fitas de papel azulado usadas nos telégrafos da época.

 Quadrilha: Surge com força no final do século XVIII. Na versão francesa era conhecida como a Neitherse, uma contradance que agradou o imperador Napoleão Bonaparte, que fez dela peça obrigatória dos grandes bailes de sua corte imperial. A versão francesa da dança ganha os salões do século XIX em praticamente todas as principais cidades do mundo ocidental. Com um toque teatral, a dança representa uma festa de casamento contada através das evoluções da coreografia, daí a existência do narrador que comenta a ação e dita os comandos em francês para a evolução da dança.

            No Brasil, a quadrilha causou grande Frenesi nos salões do século XIX. Logo ocorre a fusão cultural e a quadrilha que deriva da polca, ganha ritmos do maxixe e depois do baião. Foi mantida com com narrativa francesa a representação de um casamento, embora de forma debochada, além de inserir noos elementos na narrativa como o padre e o pai da noiva. No interior do Brasil, principalmente no nordeste, a quadrilha tem mais força que o Carnaval.

Música: A importante influência francesa na cultura brasileira tem na música um dos seus exemplos mais marcantes. Na música erudita o compositor francês Claude Debussy  provoca uma revolução com sua nova divisão rítmica. O maestro Heitor Villa Lobos fora um dos seus seguidores, que por sua vez influenciou Dorival Caymmi e Tom Jobim.

            A influência francesa de Debussy está em o mar”( ouça aqui na versão da banda Vanguart), composição de Dorival Caymmi, que resgata o cancioneiro popular e abre portas para a liberdade harmônica da música popular brasileira.

            A música dos chansonieres franceses introduziu a musica de fossa, ou mais conhecida como “ dor de cotovelo”. No Brasil a cantora que melhor representou este estilo musical foi Maysa Matarazzo. Muitas intérpretes brasileiras como Ângela Ro Ro e Alcione já cantaram a música francesa mais famosa no Brasil, ne me quitte pás (ouça na voz de Maysa), de Jaques Brel. A versão francesa mais conhecida é na voz de Edith Piaf.

Um dos cantores franceses mais populares da França é Charles Aznavour, que se apresentou no Brasil pela primeira vez em 1959, em apresentação no Teatro Copacabana. O cantor, em sua turnê de despedida em Abril de 2008, declarou seu amor ao Brasil e retornou ao país em Setembro para fazer mais sete shows.

 Teatro: A França influenciou mundialmente o teatro e um dos templos irradiadores é a Comédie-Française, fundada por decreto de Luís XIV, em 1680. O nascente teatro brasileiro tem forte influência francesa, com encenações de peças que faziam sucesso em Paris. A comédia Moliere, pseudônimo de Jean Baptiste Poquelin, influenciou escritores brasileiros como Martins Pena e Artur Azevedo. A atriz francesa Henrriete Morineau participou do movimento de profissionalização do teatro brasileiro e teve papel fundamental para consolidação do teatro no país.

            Vaudeville, chamado Alcazar Lírico, na rua da Vala, atual Uruguaiana, deu origem ao teatro de revista. Eram espetáculos apresentados em francês e português e tinha uma diversidade de números apresentados em uma só noite. É nesta época que entra em cena o Can Can.

 A família Real trouxe para o Brasil a tendência de importação da moda e de costumes franceses. Até a água vinha da França. O Rio do Império, assim como a Europa, rendeu-se aos artigos e bens culturais franceses, incorporando vestimentas, adereços, perfumes, assim como música e teatro. 

 Por Lorena Dillon

Manequins na exposição YSL Para quem nunca pôde conferir um desfile em Paris ou Milão, mas sempre teve vontade de ver as criações dos grandes nomes da moda, a oportunidade está no centro da cidade do Rio de Janeiro. É que o CCBB traz a exposição “viagens extraordinárias” do francês Yves Saint Laurent, ícone da moda há mais de 40 anos. Quem tiver a chance de ir ao Centro Cultural até 19 de Julho poderá conferir 50 criações do estilista inspiradas na África, Rússia, Espanha, Marrocos, China e Índia.  A atração faz parte do calendário oficial do Ano da França no Brasil, organizado pelos governos dos dois países.  

Yves Saint-Laurent no CCBBA exposição começa no belíssimo hall central do CCBB, onde há pendurados quadros que representam a capa de coleções passadas de YSL. Os manequins, projetados pelo próprio estilista, estão dispostos em duas salas devidamente observadas por seguranças atentos aos curiosos que queiram tocar ou fotografar os figurinos. Cada modelito está identificado com a data da coleção, e claro, o nome do país que o inspirou. Entretanto, não é preciso ser “entendido” em moda para perceber qual região corresponde à maioria das criações de Saint Laurent, apenas um pouco de cultura geral para encontrar os elementos respectivos de cada país. O estilista trabalhou o estereótipo de cada lugar sem, entretanto, deixar a elegância de lado.

A coleção asiática de 77 apresenta cores sóbrias como o preto – aliás, é a cor favorita de YSL – e cortes tradicionais inspirados nos quimonos. Os adereços usados nos manequins também facilitam identificar qual cultura serviu de modelo para as criações, como o caso da coleção da Espanha e da Rússia. O detalhe de uma flor presa ao cabelo da manequim representou bem a típica dançarina espanhola, combinado com a belíssima roupa feita pelo estilista. Já no caso da Rússia, o tradicional chapéu foi adaptado.

A coleção da África de 1970 parece ser inspirada na selva, pois todos os vestidos têm algum elemento de animal como pele de onça ou penas, além de serem curtos e ousados, o que remete o calor da floresta e o instinto primitivo dos animais.  Há ainda um figurino que representa o típico visitante dos safáris africanos “a la Indiana Jones”. Na coleção de influência indiana, datada de 1980, Saint Laurent explorou muito bem o costume das mulheres adornadas com muitos bordados em suas peças. Para o Marrocos, o estilista criou dois vestidos inspirados na vestimenta da mulher muçulmana, cobrindo todo o corpo e cabeça, deixando apenas o rosto amostra.

Ao final da exposição, pode-se conferir o vídeo com a última entrevista feita do artista em 2008, como também seu último desfile. A entrada é franca, então não há desculpas para deixar de ir.

Sobre o estilista

Yves Saint Laurent, além de ser o Pelé da moda, também tornou suas iniciais uma das marcas mais famosas de cosméticos.  O estilista nasceu na Argélia em 1936. Aos 17 anos deixou a casa dos pais para trabalhar com nada menos que o estilista Christian Dior, assumindo o negócio do mentor após sua morte em 1957, quando YSL tinha apenas 21 anos.Em 62, após uma frustrante experiência como soldado na Guerra da Argélia, que o levou a fazer tratamentos psiquiátricos, o estilista decidiu criar a sua própria marca, financiada por seu companheiro Pierre Bergé. Na década de 60 e 70 a marca tornou-se mundialmente conhecida com o lançamento do revolucionário smoking feminino, peça inovadora aos guarda-roupas de qualquer mulher da época. Saint Laurent foi também o primeiro estilista do mundo a usar modelos negras em desfiles de moda. O estilista faleceu aos 71 anos em Agosto de 2008 de câncer cerebral.

Lorena Dillon

28 milímetro/Mulheres

Exposição 28 milímetros/Mulheres ocupa fachada da Casa França Brasil

Exposição 28 milímetros/Mulheres ocupa fachada da Casa França Brasil

A exposição 28 milímetro/Mulheres do fotógrafo JR faz parte da séria de eventos que vem marcando o Ano da França no Brasil. O jovem fotógrafo francês foi o escolhido para reinaugurar a Casa França Brasil, depois de seis meses em obras.
O fotógrafo foge do comum e ocupa espaços inusitados com as suas obras. A exposição 28 milímetros dá visibilidade para os habitantes do morro e cumpre um papel social de desmistificar a realidade da favela, mostrando vários lados de uma comunidade alegre, mas que vive no abandono.
A exposição foi dividida em três epaços. Um dedicado ao trabalho de JR na África, outro ao
Morro da Providência e o terceiro resevado para o jovem fotógrafo brasileiro Maurício Horta, nascido e criado no Morro da Providência.

A exposição ocupou também fachadas de prédios e espaços públicos, como os Arcos da Lapa e o teatro João Caetano.

JR ocupa os Arcos da Lapa
JR ocupa os Arcos da Lapa

Para quem perdeu a oportunidade, fica a dica para uma próxima!

Júlia Bertolini